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segunda-feira, 28 de julho de 2025

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sexta-feira, 25 de julho de 2025

Exercícios para perder barriga

Para conseguir uma “barriga seca”, não são apenas os exercícios aeróbicos a fazer todo o trabalho: os anaeróbicos e uma alimentação equilibrada são igualmente essenciais. Experimente e veja os resultados deste exercícios para perder barriga.

Não há homem ou mulher que goste de ter uma barriga proeminente. Por isso, falamos-lhe de exercícios para perder barriga, uma forma saudável e eficaz de resolver este problema que vai muito além da preocupação com a estética. Isto porque a gordura abdominal aumenta o risco  metabólico, ou seja, o risco de desenvolvermos doenças associadas à obesidade, como a diabetes, aumento do níveis de colesterol, doenças cardiovasculares e hipertensão arterial, entre outras. 

A gordura visceral é aquela que se acumula nas camadas profundas da barriga, envolvendo órgãos como o fígado e os intestinos.


Como medir o perímetro abdominal

Para verificar se a o seu perímetro abdominal está dentro dos parâmetros adequados, é só necessário fazer uma medição muito simples: deve colocar a fita métrica à volta da barriga, acima do osso da anca, e apontar a medida.

Segundo os valores de referência, um perímetro abdominal igual ou superior a 80 centímetros nas mulheres e igual ou superior a 94 centímetros nos homens corresponde a um risco metabólico aumentado. Se for igual ou superior a 88 centímetros no sexo feminino e igual ou superior a 102 centímetros no sexo masculino, trata-se de um risco metabólico muito aumentado.


Exercícios para perder barriga: quais são?

Além de ser recomendável procurar aconselhamento médico, existem exercícios simples que ajudam a perder barriga. Segundo um estudo apresentado pela universidade americana Duke University Medical Center, os exercícios aeróbicos como andar, correr, nadar e pedalar são os melhores para perder a gordura localizada na barriga.

Estes trabalham uma grande quantidade de grupos musculares, são contínuos, prolongados e realizados com movimentos muito rápidos.

A corrida, por exemplo, quando feita com intensidade e, no mínimo, 3 vezes por semana, elimina mais gordura abdominal do que os exercícios de resistência como a musculação.

No entanto, para conseguir uma “barriga seca”, não são apenas os exercícios aeróbicos a fazer todo o trabalho: os exercícios anaeróbicos e uma alimentação equilibrada são igualmente essenciais.

De qualquer forma, há exercícios que pode realizar em casa e que podem ajudar a atingir o objetivo (quase) sem sair do lugar. No entanto, deve consultar o seu médico e saber as suas limitações antes de iniciar qualquer plano de treino.


Exercício 1

Aprenda estes exercícios para perder barriga

Sente-se na ponta da cadeira e apoie as mãos na zona lateral;

Levante lentamente as pernas com a força do abdómen. Repita dez vezes e descanse;

Faça cinco séries deste exercício. 


Exercício 2

Aprenda estes exercícios para perder barriga

Deite-se de barriga para cima, coloque o pé esquerdo em cima do joelho da perna direita. Deixe a mão esquerda deitada ao longo do corpo, como indica a figura, e coloque a mão direita atrás da cabeça;

Com essa mão a sustentar o peso da cabeça, leve o cotovelo direito em direção ao joelho esquerdo;

Repita dez vezes e descanse;

Faça cinco séries deste exercício.


Exercício 3

Aprenda estes exercícios para perder barriga

Mantenha-se deitado de barriga para cima, levante uma perna de cada vez e mantenha na posição de 90 graus durante dez segundos;

Repita dez vezes.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

KIT BIBLIOGRÁFICO DE APOIO ÀS ACÇÕES DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO

Objectivos gerais do kit Corpo das Palavras:

seleccionar e reunir, num só recurso, material bibliográfico diversificado de apoio à promoção da literacia em saúde sexual e reprodutiva;
promover a educação sexual através da leitura;
melhorar e alargar o apoio prestado aos educadores e professores contribuindo para a sua formação em educação sexual;
estimular o interesse pelo desenvolvimento de acções de educação sexual nas escolas do 1º ciclo do ensino básico;
criar oportunidades de reflexão e partilha sobre os temas básicos e de introdução à saúde sexual e reprodutiva;
reforçar e dinamizar a cooperação entre o Centro de Recursos em Conhecimento da APF e os agentes educativos.

Destinatários
professores do 1º ciclo do ensino básico, e outros técnicos, que pretendam desenvolver actividades no âmbito da educação sexual e saúde reprodutiva com este grupo etário;
investigadores na área do desenvolvimento e educação sexual para a infância.


Conteúdo O kit Corpo das Palavras integra:
um conjunto de documentos de apoio técnico-pedagógico e de referência que podem ser utilizados autonomamente e/ou como apoio à leitura das histórias;
um grupo de livros do tipo narrativo e ficcional, organizado em três grandes temas, para os quais foram feitas fichas de leitura de apoio à exploração de conteúdo;
ficha de avaliação das actividades;
sugestões de outros livros pertinentes para ler e explorar em contexto de aula;
definição de saúde sexual e reprodutiva da Organização Mundial de Saúde;
bibliografia técnica.


Download Corpo das Palavras

sábado, 24 de maio de 2025

Interrupção Voluntária da Gravidez

Este é, e sempre será, um tema que suscita muita polémica. As leis, as ideias e as religiões abordam esta temática de modo diferente. Em todas as religiões cristãs é totalmente condenado. O direito de escolher livremente e o aborto são uma discussão que percorre o mundo e os países. Em Portugal o Referendo Sobre o Aborto realizado em 1998 (Referendo é uma consulta à população de um país para se perceber qual é a sua vontade) estabeleceu a seguinte legislação.

A Lei – em que situações é legalmente permitido o aborto em Portugal?
a) por razões de saúde da mulher grávida: se a interrupção de gravidez for indicada para evitar grave e duradoura lesão para a saúde física e psíquica da mulher, devendo ser realizado nas primeiras 12 semanas de gravidez. No caso de ser a única forma de evitar risco par a vida da mulher, pode ser realizada em qualquer altura da gravidez.
b) Por doença do feto: se houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer de forma incurável, de grave doença ou malformação e for realizada nas primeiras 24 semanas de gravidez.
c) Por violação: se a gravidez tiver resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual e for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez.

Em qualquer das circunstâncias a decisão de abortar ou continuar a gravidez cabe à mulher grávida depois de informada e esclarecida.

A interrupção da gravidez deve ser sempre realizada por um médico ou sob a sua direcção e numa instituição hospitalar pública ou privada competente, de forma a assegurar as melhores condições de segurança para a mulher.
Ou seja, o que a lei diz:

A IVG é permitida:
-quando a vida da mulher está em risco;
-até às 24 semanas de gravidez quando o feto corre riscos;
-até às 16 semanas em caso de violação.

Quando ocorre uma IVG, a mulher tem direito a ser informada e esclarecida.

A IVG deverá:
-ser realizada por um médico ou sob a sua direcção;
-ocorrer num hospital ou clínica;
-ter as condições de segurança adequadas.

Do ponto de vista médico a IVG não é uma intervenção complicada, desde que realizado em boas condições. Mas não pudemos esquecer os aspectos psicológicos, os sentimentos da mulher. Esses são mais complicados. Este pode ser um momento difícil para uma mulher e também para um homem. Porque o aborto não é somente coisa de mulheres, diz respeito também aos homens.

No entanto, apesar da lei, existe o aborto ilegal. A mulher (ou o casal) pode decidir abortar por razões pessoais que não estão abrangidas pela Lei. O aborto é muitas vezes realizado sem condições de segurança e higiene para a saúde da mulher.

Duas coisas em que deve pensar:
Sempre que se tem relações sexuais e não se quer engravidar, deve utilizar-se um método que previna a gravidez.
O aborto realizado repetidas vezes, mesmo em condições de segurança, pode originar lesões graves no corpo e na saúde da mulher.

Após uma relação sexual, se enfrentar uma situação de uma gravidez não desejada, procure o apoio de um técnico ou de pessoas de confiança, como os pais ou os amigos. Tome uma decisão informada e apoiada pelas pessoas em que confia.

Consulta de Ginecologia

A primeira consulta de Ginecologia deve acontecer no início da adolescência, independentemente de a jovem em questão ter ou não iniciado a sua vida sexual. O(A) ginecologista é um(a) médico(a), um(a) profissional que é a fonte mais fidedigna de informação correcta no que toca à sexualidade e à saúde reprodutiva. É a ele(a) que se pode e deve fazer todas (mesmo todas) as perguntas, por mais embaraçosas, patetas ou até escabrosas que elas nos pareçam. E é na posse de informação correcta que, sem medos nem mitos, poderemos disfrutar de uma vida sexual plena (num contexto de muito amor).

As consultas de Ginecologia existem nos Centros de Saúde, Hospitais e, claro, em consultórios privados. Se não houver uma recomendação (a situação mais comum) por parte de uma familiar ("eu vou ao da minha mãe") ou amiga, é sempre possível pedir o conselho do Médico de Família. Ou, em alternativa, ir a uma consulta de Planeamento Familiar.

Não existe uma "idade certa" para a primeira consulta - depende da maturidade psicológica e física da jovem em questão. É desejável que a decisão de consultar o ginecologista seja tomada em conjunto com um adulto (mãe, irmã, avó...) que a acompanhará nessa consulta. É comum que a primeira consulta surja associada ao aparecimento da primeira menstruação.
No entanto, se estes cenários "ideais" não se concretizarem, é inadiável uma ida ao ginecologista após a primeira relação sexual.

O que acontece na consulta?
Na primeira consulta, em primeiro lugar, são feitas perguntas de rotina, para que o médico conheça a história clínica da paciente. Perguntas como: quando surgiu a primeira menstruação; se o ciclo menstrual é regular; se a menstruação é acompanhada de dores mais ou menos fortes; se já teve relações sexuais; se utiliza algum método contraceptivo; se já teve alguma gravidez, bem ou mal sucedida; se existe alguma doença crónica na sua família, entre outras.

No caso de já ter iniciado a actividade sexual, além da habitual colpocitologia (o célebre exame de Papanicolau), feita durante o exame ginecológico de rotina, pode ser feito um rastreio mais fino às doenças sexualmente transmissíveis. É também esta a ocasião mais indicada para uma conversa sem preconceitos sobre o método anticonceptivo mais eficaz a utilizar para esta jovem, em particular.

Nas consultas de rotina faz-se o exame ginecológico. Atenção! O exame não dói! Trata-se, afinal, de um exame ao corpo, neste caso, a uma parte específica. Um dos aspectos mais importantes deste exame é que a mulher tenha confiança no seu ginecologista e não lhe esconda nada do que sentiu ou está a sentir durante o exame. Se for a primeira vez e se sentir mesmo insegura, a jovem pode pedir ao médico que lhe explique o que vai fazer. Qualquer bom médico o fará sem problemas.

Para fazer o exame, a mulher fica deitada de costas na mesa ginecológica, com os pés apoiados num suporte e as pernas afastadas.
Durante o exame o médico usa sobretudo as mãos (enluvadas), podendo recorrer a alguns instrumentos, como o espéculo (para facilitar o acesso e visibilidade na zona vaginal) ou a espátula (para retirar amostras citológicas). É também feito o toque bi-manual, exame durante o qual o médico introduz dois dedos na vagina, ao mesmo tempo que colca a mão sobre o abdómen, a fim de sentir os órgãos genitais (como o útero) e sentir se há alguma alteração (de posição, por exemplo) significativa a assinalar.

O exame termina, as amostras vão para o laboratório e, mais tarde, o ginecologista analisará os resultados.

E, para finalizar, algumas ideias erradas que ainda existem na cabeça de muitas pessoas:
1. O exame ginecológico não dói.
2. O toque bi-manual não provoca perda de virgindade.
3. Os instrumentos utilizados, nomeadamente o espéculo, também não provocam a ruptura do hímen, sobretudo porque o seu tamanho varia com as características anatómicas da mulher.

Adolescentes e homossexualidade

A questão da homossexualidade não é nova mas foi principalmente na última década que se verificou um crescente interesse no seu estudo e análise. E não é por acaso que isso acontece, nas sociedades ocidentais - e falamos apenas delas - neste dado momento concreto. O emergir da discussão sobre os direitos individuais e o maior respeito pelas determinações e orientações de cada um, a introdução da questão "HIV", bem como os dados científicos baseados na evidência, permitem debater este assunto com maior lucidez, objectividade e sem tantos preconceitos como os que, nas sociedades ditas "ocidentais", impediram durante muito tempo uma leitura imparcial e rigorosa da questão.


Como definir "homossexualidade"?
Provavelmente, cada Leitor terá a sua própria definição do que é a homossexualidade, se é apenas dizer que uma pessoa do mesmo sexo é bonita ou interessante, ou assumir publicamente a sua preferência por um companheiro do mesmo género. E aqui convém dizer que falamos de ?género? e não de ?sexo?, que são coisas ligeiramente diferentes, dado que têm a ver com o papel e a representação psicológica e social, e não exclusivamente com a anatomia.

Em todo o caso, pode-se designar homossexualidade como a atracção sexual, emocional e afectiva de pessoas de um género por pessoas do mesmo género, como parte de um continuum da expressão sexual. Muitos adolescentes têm relações homossexuais como parte da sua aprendizagem, experimentação e conhecimento do corpo. Por outro lado, muitos dos homens e mulheres homossexuais tiveram as suas primeiras experiências durante a adolescência, tendo sido no final desta que as suas determinações e opções se consolidaram. De qualquer forma, este tipo de relações nesta idade não tem qualquer ?valor predictivo?.


Os porquês da discriminação
Se sempre existiu homossexualidade nas sociedades humanas, poder-se-á perguntar porquê a reacção de rejeição tão veemente (em algumas sociedades, designadamente as ocidentais, repito, dado que esta questão é pacífica em muitas regiões do mundo). Bom. Sem querer esgotar o assunto, valerá a pena referir duas ou três coisas: por razões que a antropologia facilmente explica, associadas ao desígnio de contribuir "a todo o custo" para a continuação da espécie, esta forma de orientação sexual foi quase sempre reprimida ou pelo menos olhada de esguelha - como, aliás, o era o facto de uma mulher não conseguir ter filhos, o que levava inclusivamente a ser expulsa da tribo ou do clã.
Por outro lado, não se pode ignorar a contribuição decisiva de praticamente todas as religiões e as condenações e culpabilizações inerentes a quem cometia esse "pecado". Finalmente, como os homossexuais representam uma minoria, a maioria que, durante milénios, quis equiparar a verdade universal às suas "verdades" próprias, exerceu essa ditadura que passava pela humilhação e exclusão (e até erradicação) de quem fosse diferente. E ser diferente num assunto "tabú" ainda é mais complicado e gera atitudes mais repulsivamente agressivas.


O mundo está (felizmente) a mudar
Com o evoluir das sociedades, quando hoje em dia não ter filhos já não lança ninguém no opróbrio, quando as liberdades, direitos e garantias individuais são promovidas e não apenas as da comunidade como um todo, a questão da homossexualidade, tal como muitas outras, tornou-se objecto de debate e de discussão. E se, por um lado, ainda se observam frequentemente atitudes segregacionistas e de exclusão (algumas vezes de auto-exclusão), é crescente a tolerância e mesmo a normalidade com que o assunto é felizmente encarado. Para isso tem contribuído a afirmação pública de pessoas e individualidades de várias áreas da ciência e da cultura relativamente ao facto de serem homossexuais. Há uns anos não se admitiria que, por exemplo, um ministro de um governo fosse assumidamente "gay", o admitisse publicamente e continuasse a ser ministro. Hoje já o é, em alguns países.

Não se trata portanto de dizer paternalisticamente que "o que cada um faz é da sua conta" e que "temos que ser tolerantes", mas francamente, de muito mais: o de entender que a sociedade é composta por indivíduos diferentes, na cor, no tamanho, nas capacidades, na orientações sexuais e nas opções e estilos de vida. E se os determinantes dessas diferenças são genéticos, ambientais ou um misto dos dois, dependerá muito do tema e do que a ciência consegue (ou não) adiantar sobre o facto. E consegue muito pouco?

De facto, ainda há não mais do que vinte anos, a homossexualidade era definida como uma "doença mental" por Academias de Psiquiatria tidas como cientificamente irreprováveis - afinal provaram que não eram tão irreprováveis como isso? e o que é confrangedor é ver que, ainda hoje, se assiste a classificações deste tipo.


A homossexualidade não é uma questão de escolha
Cada vez mais se entende que a homossexualidade, como uma das possíveis orientações sexuais, não é uma questão de escolha, ou seja, não se escolhe ser homo, hetero ou bissexual. É-se, apenas e tão só, embora permaneçam desconhecidos os determinantes dessa orientação. O que já pertence ao capítulo das opções pessoais é a forma de comportamento e os estilos de vida que as pessoas, homossexuais (ou não) adoptam, designadamente o tipo de experimentação sexual e o viver (ou não) uma vida com relações homossexuais assumidas. Por outro lado, é bom que fique claro que as experiências homossexuais, masculinas e femininas, durante a adolescência, não são, para a larga maioria dos jovens, um factor predictivo da sua orientação futura.
No que se refere à prevalência desta situação, embora alguns relatórios tenham indicado estimativas, em adultos, de cerca de 4% para os homens e 2% para as mulheres, desconhece-se a taxa na adolescência e estas prevalências variam enormemente de região para região e de comunidade para comunidade, muito dependente do grau de aceitação social e até político.


As mesmas necessidades e padrões de desenvolvimento
Os adolescentes homossexuais partilham os mesmos padrões de desenvolvimento dos seus congéneres heterossexuais, designadamente o estabelecimento de uma identidade sexual, a decisão sobre os comportamentos, a gestão dos afectos, as opções relativas a ter ou não relações, de que tipo e protegidas ou não, etc. Os riscos que correm, relativamente às doenças de transmissão sexual, como a infecção a HIV ou outras, exigem as mesmas estratégias de educação para a saúde. Assim, os cuidados antecipatórios que se debatem com qualquer adolescente não devem excluir nenhum, independentemente das suas opções e orientações que, como se afirmou, podem até não querer dizer coisa nenhuma em relação ao futuro. Por outro lado, e como já referimos, sendo uma minoria na sociedade os homossexuais estão sujeitos a uma pressão social e a um "empurramento para a clandestinidade" que pode trazer um menor acesso aos serviços, um maior desconhecimento da informação credível e de rigor e, também, um aumento dos problemas psicológicos e sociais, numa adolescência já pontuada por dúvidas, angústias e "duelos" entre modelos de vida, de comportamentos, de relações e de concepções de sociedade.


Problemas a vários níveis?
Os problemas psicossociais derivam fundamentalmente do fenómeno de exclusão, vergonha (é preciso ver que ainda vivemos em sociedades onde os conceitos religiosos, mesmo nos não praticantes e não crentes, tem um peso extraordinário em pequenas coisas do dia-a-dia, mesmo que já não nas grandes decisões e opções), estigmatização social, hostilidade, etc. Aliás, não é por acaso que o risco de suicídio é muito superior para os adolescentes homossexuais, mesmo descontando outros factores do contexto social que possam também ser geradores de situações depressivas.

Muitas vezes, o comportamento exibicionista, associado a uma vontade de afirmar que "também se faz parte da sociedade", afasta e segrega mais as pessoas - mas é paralelo e "tão sem graça" como o comportamento exibicionista de um par heterossexual.
É fundamental, assim, ter uma atitude de instilar segurança à medida que os adolescentes formam a sua identidade sexual, sem rotulações precoces e imediatistas. Há uma evolução no processo de orientação sexual e, tal como para os adolescentes heterossexuais, não podemos confundir relações sexuais com sexualidade. A questão dos afectos é fundamental, dado que a expressão desses mesmos afectos é socialmente mal vista e pode limitar os impulsos amorosos que, se fosse o caso de um par heterossexual, até poderia ser motivo para uma fotografia ou um cartaz socialmente e esteticamente (e politicamente) "correcto".


A família e a sociedade
Não é apenas a nível da sociedade que um adolescente homossexual encontra problemas, pelo contrário. A nível da família e do grupo de amigos as atitudes hostis e de incompreensão, ou de humilhação e até agressividade podem ser a regra. O desprezo a que podem ser votados leva, muitas vezes, a sofrerem assédios, ataques e outros tipos de situações, desde "partidinhas dos colegas" e brincadeiras de mau gosto até violência inter-pares. Por outro lado, a estigmatização e os preconceitos podem impedir uma socialização completa, com repercussões no desenvolvimento (a todos os níveis), na escolaridade e no sucesso educativo, e na integração laboral, conduzindo a maior secretismo e exclusão. Não são raros os empregos onde os homossexuais têm que esconder as suas opções afectivas mas, por outro lado, "aguentar" todas as anedotas e piadas relativas às pessoas que se sentem atraídas por outra do mesmo sexo. Todos estes factores levam a que os homossexuais, principalmente os masculinos, sejam mais facilmente "conduzidos" para estilos de vida e opções de maior risco, marginalização e, no fundo, menor realização pessoal, profissional e falhas no seu bem-estar.

Os pais, por outro lado, sentem-se quase sempre frustrados e muitos "nem querem ouvir falar do assunto", fechando as portas ao diálogo e recusando aos filhos adolescentes direitos fundamentais: o da partilha dos seus problemas e o de poderem assumir a sua orientação sem serem por isso penalizados ou até mesmo expulsos do lar. É por isso que é necessário desdramatizar o assunto e falar abertamente nele - afinal, há tão pouco tempo uma coisa tão diferente e tão menor como uma criança ter piolhos era ainda escondida e geradora de vergonha nas famílias?

Temos que evoluír para uma cidadania plena? É normal na adolescência haver uma certa "ambiguidade" quanto à orientação sexual, resultante não apenas da necessidade de experimentação e de condutas de ensaio, como das várias hipóteses afectivas que se colocam a qualquer jovem. A amizade, por exemplo, pode ser confundida pelo próprio com amor, sobretudo para quem nunca experimentou certas sensações e sentimentos. O que é importante é que os jovens não se sintam culpabilizados ou pressionados, e que tenham acesso às fontes de informação sobre sexualidade, relações sexuais, planeamento familiar, doenças de transmissão sexual, ou seja, exactamente a mesma informação que todos os outros jovens.

As sociedades estão sempre em evolução - veja-se a diversidade de culturas, hábitos e conceitos que existem no mundo (como já afirmei, convém não reduzir o mundo ao que se faz e vive nos países "ocidentais"). Cada sociedade define as suas regras, certas ou erradas, conforme o sentir e o pulsar do momento. Com a rapidez da evolução tecnológica e da comunicação, também os valores e regras se alteram com maior facilidade e em períodos de tempo mais curtos. A discussão dos problemas, aberta e directa, como acontece nas democracias, permite acabar com tabús e situações injustas e de segregação.
A homossexualidade é um dos assuntos que, certamente, sofrerá uma evolução nos tempos mais próximos, no sentido de desdramatizar e de aceitar que nem todas as pessoas têm que ter as mesmas opções, sejam elas determinadas por condicionantes genéticos, ambientais, educativos, sociais ou quaisquer outros. Viver numa sociedade que aceita a diferença é uma forma de promover a cidadania e os direitos individuais e colectivos.

Menstruação


O ciclo menstrual é definido como o tempo que decorre entre o primeiro dia do fluxo sanguíneo até o primeiro dia do fluxo seguinte.

Em média este fluxo dura 28 dias, mas pode ser mais curto, de 25 ou 26 dias ou mais longo, até aos 31 ou 32 dias.

O ciclo menstrual decorre em três fases e tem início com o aparecimento da menstruação. No desenvolvimentos das raparigas o aparecimento da menstruação – ou menarca - é a transformação fisiológica mais importante que ocorre na adolescência e que implica alterações no sistema reprodutor feminino. Este sistema é constituído pelos ovários (que produzem os óvulos), pelas vias genitais (que incluem as trompas, o útero e a vagina) e ainda pela vulva, que é um órgão externo.



Até surgir o fluxo sanguíneo que caracteriza a menstruação decorre todo um processo que vamos explicar a seguir.

A glândula da hipófise secreta as chamadas gonadotrofinas: a hormona foliculoestimulante (FSH) e a hormona luteinizante (LH). Fruto da libertação da FSH, nos ovários, um dos folículos vai crescer durante cerca de duas semanas - fase folicular - e quando chega à maturidade, emerge na superfície do ovário e liberta o óvulo (célula sexual, ou gâmeta feminino) que desce pelas trompas de Falópio (estruturas em forma de tubo, responsáveis pela condução das células sexuais) – é a chamada ovulação.

A libertação das referidas hormonas é também responsável pelo aumento ao afluxo de sangue no útero e do desenvolvimento do endométrio (uma camada espessa no útero e que em caso de gravidez constitui uma fonte de alimento para o embrião).

A ovulação dá-se, assim, cerca do 14.º dia, dando origem à fase ovulatória.

Nesta altura o óvulo pode ser fecundado por um espermatozóide. Caso o óvulo não seja fecundado (a fecundação daria origem a uma gravidez), continuará o seu trajecto descendente pelo canal vaginal. O óvulo sobrevive durante um período de 24 horas no corpo da mulher, enquanto que um espermatozóide pode sobreviver até 72 horas. Da fecundação do óvulo resulta o ovo que se instala na parede uterina – ocorre a nidação.

Após a libertação do óvulo do folículo este transforma-se no chamado corpo amarelo, uma massa sólida dessa cor que, depois de amadurecer e degenerar, será depois expelida aquando da menstruação, fluxo sanguíneo, na fase luteínica.

A menstruação caracteriza-se assim como uma descamação do endométrio caso não tenha ocorrido uma gravidez.

A chegada da menstruação indica pois que os órgãos sexuais já se encontram perfeitamente desenvolvidos e que a partir desta altura, existe já a possibilidade teórica de gerar um filho. As raparigas já nascem com todos os óvulos que terão durante toda a sua vida, que são, em cada ovário, cerca de 250 000. Em cada ciclo menstrual ocorre a maturação de um desses ovúlos. Os rapazes, por seu turno só começam a produzir espermatozóides durante a puberdade.

A menstruação, dura, em média, de 3 a 5 dias. Mas “o período” varia de mulher para mulher e pode também variar na mesma mulher entre ciclos – neste caso diz-se que tem ciclos irregulares. Durante a menstruação por vezes surgem sintomas de uma maior irratabilidade, excitação, ou depressão, e ainda distúrbios digestivos e dores abdominais. Se o mau estar menstrual é acentuado, pode ser o sinal de uma disfunção ovárica.

É normal a primeira menstruação surja durante a puberdade. Factores como o clima, a constituição da jovem, o estado de saúde, o género de vida e a nutrição podem antecipar o seu aparecimento.

É importante estar atenta a todos os sintomas e consultar regulamente um(a) ginecologista.